Castlevania Lords of Shadow: Um novo despertar para a franquia
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Informações Básicas
Se existe uma franquia que ajudou a moldar o conceito de jogos de ação e aventura com elementos góticos, o nome da franquia é Castlevania. Desde os tempos do Nintendinho, a saga dos Belmont contra o conde Drácula conquistou milhares de fãs ao redor do mundo.
Em 2010, no entanto, a série ganhou uma nova roupagem com o lançamento de Castlevania: Lords of Shadow (Steam, Microsoft Store), desenvolvido pela MercurySteam em parceria com a Kojima Productions. Neste artigo, vamos explorar em profundidade todos os aspectos que fazem desse título um marco na franquia Castlevania e uma das mais ousadas reinvenções dos jogos eletrônicos.
[[link]]Conhecendo Castlevania: Lords of Shadow[[link]]
Castlevania: Lords of Shadow é um reboot da franquia original. Em vez de seguir a linhagem tradicional dos Belmont e sua eterna batalha contra Drácula em um castelo gótico cheio de armadilhas, o jogo propõe uma nova origem para a maldição que assola o mundo.
A história gira em torno de Gabriel Belmont, um membro da Irmandade da Luz que parte em uma missão para derrotar as forças das trevas e trazer de volta sua esposa morta, Marie. Com uma ambientação bem sombria, paisagens que dão a impressão que Gabriel é só um pontinho e uma narrativa que é mais do que digna de uma lore de um jogo tão amado.
Lords of Shadow se distancia propositalmente do estilo metroidvania (popularizado por Symphony of the Night) para adotar um modelo mais próximo de jogos como God of War e Shadow of the Colossus, apostando em combates intensos, quebra-cabeças e cinemáticas bem feitas e encaixadas durante o desenrolar do jogo. Um dos fatores que chamaram atenção desde o anúncio do jogo foi o envolvimento de Hideo Kojima, criador de Metal Gear.
Embora não tenha atuado diretamente no desenvolvimento do jogo, Kojima contribuiu na supervisão da narrativa e na localização japonesa, além de ceder parte da equipe da Kojima Productions para auxiliar na finalização do projeto. A MercurySteam, por sua vez, trouxe uma abordagem europeia e voltada às tradições medievais e à mitologia cristã, resultando em um tom mais maduro e filosófico. O resultado foi um jogo que parecia familiar aos fãs antigos, mas que ousava explorar novos caminhos, tanto narrativos quanto mecânicos.
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[[link]]Um hack and slash de respeito[[link]]
A jogabilidade de Castlevania: Lords of Shadow mistura elementos de hack and slash com plataformas, quebra-cabeças e batalhas contra chefes colossais. Gabriel conta com a Cruz de Combate, uma arma multifuncional que serve tanto para o combate quanto para atravessar o cenário. Ao longo da campanha, ele desbloqueia novos movimentos e poderes, incluindo magias de luz (curativas) e trevas (ofensivas).
Além dos ataques básicos, há um sistema de combos desbloqueáveis, que incentiva o jogador a experimentar e combinar habilidades. Isso dá ao combate uma profundidade estratégica — especialmente nas dificuldades mais altas, onde a gestão de recursos e esquivas se torna essencial.
O sistema de progressão é bem estruturado. Conforme Gabriel derrota inimigos, ele acumula pontos de experiência que podem ser usados para desbloquear novos movimentos, magias e habilidades passivas. Isso cria uma sensação constante de evolução, que mantém o jogador engajado até o final da campanha.
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[[link]]Ambientação fiel ao propósito do jogo[[link]]
Lords of Shadow não se resume a combates. O jogo também valoriza a exploração e o retorno a áreas anteriores com novas habilidades — uma característica que remete às raízes da franquia, mesmo que o mapa não seja interconectado como em outros títulos metroidvania.
A direção de arte é um dos pontos mais fortes. Desde florestas enevoadas até monastérios abandonados, os cenários são ricos em detalhes e a atmosfera está sempre em consonância com os acontecimentos durante a jogatina. Cada nova área é uma experiência visual distinta, com trilhas sonoras e designs que reforçam o tom épico e melancólico da jornada.
A trilha sonora, composta por Óscar Araujo, merece destaque à parte. Em vez de reutilizar os clássicos temas da franquia, o compositor optou por uma trilha orquestral original, com forte influência de música clássica e coral. O resultado é uma trilha emocionante e dramática, que acompanha perfeitamente o tom épico da jornada de Gabriel. A dublagem também é um ponto alto.
O protagonista é interpretado por Robert Carlyle (atuou em filmes como Trainspotting e Once Upon a Time), enquanto Patrick Stewart (Professor X) narra a história como Zobek. O elenco de vozes eleva a narrativa a outro novo patamar, trazendo profundidade e emoção aos personagens.
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[[link]]Conteúdo adicional e curiosidades[[link]]
Após o lançamento, Lords of Shadow recebeu dois DLCs canônicos que expandem a história: Reverie acompanha Gabriel após os eventos do jogo base, revelando novos segredos sobre Laura e Carmilla, e adicionando combates e áreas inéditas.
Resurrection fecha definitivamente o arco narrativo, revelando um embate épico entre Gabriel e o ser conhecido como "o esquecido", que redefine completamente o papel do protagonista na série. Esses conteúdos são fundamentais para compreender o chocante final verdadeiro e estabelecem a transição para o próximo jogo.
Não é segredo que Lords of Shadow se inspira da fonte de outras franquias. A influência de God of War é clara nos combates, enquanto elementos de Devil May Cry aparecem nos combos e na fluidez dos movimentos.
Por outro lado, as sequências de escalada e chefes colossais remetem, de certa forma, a Shadow of the Colossus (impressão do autor). Apesar dessas comparações, o jogo mantém uma identidade própria, sustentada por seu universo gótico-religioso, sua narrativa mais madura e seu protagonista marcado pela tragédia.
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Quando lançado, o jogo dividiu opiniões. Enquanto muitos elogiaram a coragem de reinventar a série, outros criticaram o distanciamento do estilo clássico. No entanto, a crítica especializada em geral foi positiva, com notas entre 8 e 9 em portais como IGN, Eurogamer e GameSpot. A longo prazo, Lords of Shadow passou a ser mais reconhecido por seu valor artístico e pela ambição cinematográfica.
O jogo serviu como porta de entrada para novos fãs da franquia e inspirou uma geração de reboots com abordagens mais maduras. O projeto começou como um título independente chamado "Lords of Shadow", sem ligação com Castlevania. A associação com a franquia só ocorreu após o interesse da Konami. A versão japonesa contou com uma dublagem totalmente nova e ajustes na narrativa supervisionados por Kojima. A MercurySteam reutilizou várias ferramentas e conceitos em Lords of Shadow 2 e até influenciou jogos posteriores da empresa, como Metroid: Samus Returns.
[[link]]Conclusão[[link]]
Lords of Shadow foi lançado originalmente para PlayStation 3, Xbox 360 e PC. Em 2013, ganhou uma versão definitiva chamada Castlevania: Lords of Shadow - Ultimate Edition para PC (Steam), com melhorias gráficas e incluindo os DLCs Reverie e Resurrection, que expandem o final do jogo. Atualmente, o jogo pode ser adquirido em plataformas como Steam, e ainda roda bem em hardwares modernos. Infelizmente, ele não recebeu uma versão para consoles da nova geração, embora seja possível jogá-lo via retrocompatibilidade no Xbox Series X/S.
Castlevania: Lords of Shadow é um jogo que ousa ser diferente. Ele reimagina uma das séries mais icônicas dos videogames com muita ambição em deixar seu legado, sua profundidade narrativa e um combate visceral e fluido de se jogar. Não é perfeito, mas sua coragem em trilhar novos caminhos merece respeito. Se você é fã de jogos de ação com histórias densas, personagens marcantes e uma ambientação de tirar o fôlego, Lords of Shadow é uma experiência obrigatória — e um lembrete poderoso de que, às vezes, é preciso destruir o passado para reconstruí-lo de forma ainda mais grandiosa.
Nota do Crítico
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Versão Revisada:
Prós
Contras
Requisitos de Sistema


